segunda-feira, setembro 14, 2009

UMA PEQUENA PARADA

Estarei mais de um mes fora da net.
Volto no final de outubro. 
Fiquem na luz. Bitokitas.


                                                   

domingo, setembro 13, 2009

ALGUÉM ME ROUBOU A CENA

 .
Sentada a beira do fio
o frio quebrando o osso
na cara só  desconforto
estampado no vazio

a vida passando a frente
correndo com um fastio
de desmoronar vivente
nas farpas do precipicio

eu de protagonista
desta miséria indecente
nem dona do meu nariz

ainda

espero o excedente
olhando a margem da vida
pois tudo que agora existe

 finda


Sempre tem um
bem mais torto
que as torturas da gente
e aparece gemente
com muito mais desvario
nesta seara terrena
e nos tira do holofote
nos joga fora da arena

e rouba a nossa cena.

(Elza Fraga)

sábado, setembro 12, 2009

CRIAÇÃO

Um poeminha sem compromisso, 
respondendo ao poema do meu amigo 
querido e poeta, 
[e parceiro!]
Marco Antonio.

Deus criou
primeiro
as flores
salpicou a natureza
priorizou a beleza

depois criou os frutos
espalhou por toda a parte
pensando nas criaturas
futuras
obras de arte

colocou os animais
não esqueceu
nem a serpente

e depois criou gente
de todo feitio e cor

Então,
enquanto criava
o Criador conversava
-com quem?-
com nossa amiga
a flor!

(Elza Fraga)

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Eu fui de embarcação
Com minha cara da indio
Calado e sisudo
O rio fazia ruído e me olhava de sua imensidão.
Eu descia, por vezes subia na contra-mão
E tocava o infindo
com a minha mão.
Calado e sisudo o rio fazia ruído em meu coração.
E via Deus, criador da razão sem ressalvas,
da arquitetura que me extasiava.
Com quem conversara
enquanto criava?

(Marco Antonio Barbosa Ferreira)

segunda-feira, setembro 07, 2009

REMINISCÊNCIAS

.
E quando o vento
assoprava
aquele pio miúdo
que penetrava na alma
e  se engasgava no peito

a gente quedava mudo
cabeça baixa
no queixo

apertando entre os dedos
a ourela do casaco
puxando do fundo
o medo

E danava a relembrar
as coisas
[do nosso jeito]
desenterrava o desfeito

passando a limpo
o imperfeito
tirando a frio
do limbo
pedaços esparsos
do tempo

se chegando pela porta
de entrada do esquecimento

que mesmo sem ser presente
pressente
que vem tempestade

a qualquer momento.

(Elza Fraga)