sábado, dezembro 30, 2006

ESPERANÇA


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Lá bem no alto do
décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E— ó delicioso vôo!
Ela será encontrada
miraculosamente incólume
na calçada,
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome,
meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho,
para que não esqueçam:
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA...
(Mário Quintana)

Texto extraído do livro "Nova Antologia Poética",
Editora Globo - São Paulo, 1998, pág. 118

sexta-feira, dezembro 29, 2006

A EVOLUÇÃO DA FORMA


Nascer, viver, morrer e recomeçar sempre...
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Toda forma que vês
tem seu arquétipo no
mundo sem-lugar.
Se a forma se desvanece,
não importa, permanece o original.
As belas figuras que viste,
as sábias palavras que escutaste,
não te entristeças se pereceram.
Enquanto a fonte é abundante,
o rio dá água sem cessar.
Por que te lamentas se
nenhum dos dois se detém?
A alma é a fonte,
e as coisas criadas, os rios.
Enquanto a fonte jorra,
correm os rios.
Tira da cabeça todo o pesar
e sorve aos borbotões
a água deste rio.
Que a água não seca,
ela não tem fim.
Desde que chegaste ao mundo do ser,
uma escada foi posta diante de ti,
para que escapasses.
Primeiro, foste mineral;
depois, te tornaste planta,
e mais tarde, animal.
Como pode ser isto segredo para ti?
Finalmente foste feito homem,
com conhecimento, razão e fé.
Contempla teu corpo - um punhado de pó
vê quão perfeito se tornou!
Quando tiveres cumprido tua jornada,
decerto hás de regressar como anjo;
depois disso, terás terminado
de vez com a terra,
e tua estação há de ser o céu.
Passa de novo pela vida angelical,
entra naquele oceano,
e que tua gota se torne mar,
cem vezes maior que o Mar de Oman.
Abandona este filho que chamas corpo
e diz sempre "Um" com toda a alma.
Se teu corpo envelhece, que importa?
Ainda é fresca tua alma.
- Rumi
(Texto extraído do livro "Poemas Místicos",
do brilhante poeta sufi Jalal Ud-Din Rumi;
Editora Attar).

terça-feira, dezembro 26, 2006

POEMA PARA OS TEUS OLHOS

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Teus olhos seguros, maduros,
incomensuráveis
tem estrelas...
Brilham dentro da minha cabeça.
Desnorteiam...Incendeiam...
Esmorecem a minha vontade...

O desejo -dos teus olhos- arde.
Comicha...Coça...Belisca...
Me atiça...Dá preguiça...
Faz saudades.

Que cor terão teus olhos
de planicie
que, desenhados por minha emoção,
ficaram gravados,em cinza,
na minha alma?...

Ah!...Não sei que calma é essa
que teus olhos passam,
além de estrelas:
Milhares e milhares delas...
Estrelas nuas - molecas e poetas.

Teus olhos não são dias,
são noturnos...
E como é soturno o poema
que te faço,
deitada num quarto,
quase escuro...

E me acabo.
E passo!

(Elza Fraga)

segunda-feira, dezembro 25, 2006

MAIS UM ANO SE INICIA


Feliz 2007

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Ele chegará, manso, dócil, especial...
E cada um dos seus dias será melhor e mais iluminado que o anterior.
Cada dia passado nos deixando um pouquinho mais sábios,
ou um pouquinho menos ansiosos.
Aprenderemos, em cada um deles, uma coisa nova e importante,
que nos servirá de lição pro resto de nossas vidas.
E quando ele chegar ao fim suspiraremos e choraremos a sua ida,
como sempre fazemos a cada um que se acaba.
E recomeçaremos novamente, felizes por estarmos vivos,
felizes pela oportunidade do aprendizado e de se poder,
ainda, consertar o que erramos.
Neste que chega depositamos a esperança...
Neste que se vai deixemos partir, junto,
as mágoas, os sentimentos de dor e desamor.
Com certeza teremos um maravilhoso 2007.
Bitoquitas de determinação, força e luz.

(Texto de Elza Fraga)

sábado, dezembro 23, 2006

FELIZ NATAL!

Feliz aniversário, meu amado Mestre

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Um Feliz Natal e um próspero ano novo a todos nós
que combatemos o bom combate.
Que as minhas bitoquitas de luz atinjam cada face,
numa explosão de cor e harmonia.
Que Papai Noel lhe traga paz, saúde, amor,
condições de sobreviver com dignidade
e muito carinho a sua volta...
Mas que não esqueçamos de brindar ao
aniversariante:

"Feliz aniversário, Meu Mestre de Luz,
meu amigo, minha lanterna sempre acesa
nos caminhos escuros,
meu amado Jesus!"

(Texto de Elza Fraga)

terça-feira, dezembro 19, 2006

INDIGNAÇÃO NACIONAL










Cuidado!!! O povo um dia se cansa!



Sem ceia na mesa
Sem reunião,
sem festivos risos,
sem amigos...
Só a solidão, 
a indignação
e a insensatez;
Pois sei que o que falta 
a minha mesa
rola farto na de vocês,
senhores do poder e do Brasil.
Desejo que o novo ano 
que se achega
traga vergonha na cara,
pudor e consciência,
para cada um que com o voto
se elegeu, se empregou,
neste emprego onde se esconde 
a covardia.
Feliz Natal, 
deputados, senadores...
Bom ano novo, "meus senhores".
E que continuem cutucando,
com a vara curta da hipocrisia,
um povo, por enquanto,
ainda ordeiro...
E que nós todos,
orgulhosos brasileiros,
aprendamos a dizer não
e a expulsar deste podre poder
quem recebe apenas para ver
do andar de cima,
o caos, a desordem,
o desatino,
de sofredores eleitores.
E rezem muito pra que
a coisa não desande,
pois os desmandos
são tamanhos,
que vai ser muito difícil
segurar toda a revolta.
Cuidado!
Isso que os senhores andam fazendo,
vai ter troco,
vai ter volta!!!

(Elza Fraga)

domingo, dezembro 17, 2006

ARISTÓTELES

Antigas, ainda na validade



“Quando não há classe média e o número de pobres é excessivo, os problemas aparecem e o poder logo chega ao fim”.

Aristóteles, filósofo grego

sexta-feira, dezembro 15, 2006

APOLÍTICA, NÃO CEGA



Pobre povo... Pobre país...

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Este email foi mandado para a lista de parlamentares que votaram o exorbitante aumento para os seus próprios salários,
façam o mesmo, reclamem enquanto ainda nos deixam reclamar,
quem sabe a luz brilhe dentro da cabecinha destes senhores?

Aos senhores parlamentares que decidiram reajustar salários do
Congresso - 91 %

Gostaria de pedir aos senhores que tivessem a bondade de reajustar
o salário de cada trabalhador brasileiro, que ganha em média entre
R$ 350 e R$ 1.200 na mesma proporção que reajustaram os próprios,
pois a isso se chamaria de justiça!
Se o Brasil pode pagar os aumentos dos senhores que,
a bem da verdade, fazem praticamente nada,
por que só o aumento de quem rala de verdade seria capaz
de desestabilizar a economia do país?
Se conseguirem me responder a esta pergunta me conformarei
e não lhes perguntarei mais nada, pois sei que os senhores
vivem extremamente ocupados viajando para as suas bases
em época de eleições.
E vivem extremamente ocupados em votar aumento de salário próprio após terem sido eleitos pelo povo,
este mesmo povo que, burramente, votou nos senhores.
Passem bem enquanto o povo passa fome ou vive de bolsa esmola.
E durmam com as consciências tranquilas como as de crianças,
pois o aperto de um povo espoliado, onerado com uma das
maiores taxas de impostos do mundo, tanto em grana
quanto em quantidade deles,
não lhes afetam em nada.
Afinal o povo está aí pra isso mesmo:
Dar o couro para que se faça a mordomia de alguns poucos privilegiados..
É só um desabafo, de nada adiantará, porque a voz do povo não é escutada, sempre foi assim, em todas as fases da história do mundo.
Nada pessoal ou direcionado a qualquer um dos senhores,
isso pertence a quem vestir a carapuça, pois foi-me impossível
separar o joio do trigo...

Cordialmente de quem apenas está cansada de contar
moedas e viver desempregada fazendo bicos enquanto
vê tantos absurdos com o dinheiro público.
Paz e bem

(Elza Fraga)

quinta-feira, dezembro 14, 2006

SOLIDÃO DE NATAL

















Publicado em "Antologia de poesias da Zona Oeste, RJ"

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Segura este teu cio idiota.
Tira esta bota, coloca na janela...
Papai Noel, em reluzente sela,
há de vir a cavalo por aí.
Acredita - bobo - em heróis e fadas,
que os duendes e os anões são sensações
dos teus quadrinhos de histórias engraçadas.

Segura o cabo da vassoura, pega a fada,
pelos longos cabelos : Rapunzel.
E a transforma em bruxa, doce e fel,
montando a pêlo suas ancas na calçada...
E escreve no papel tuas verdades,
e esta fome, que te rói e arde,
joga pros ratos, embrulhada em mel.

E faz com tua mão a mulher que mereces...
Sensual, leviana, se assim te apetece...
Desenha, Criador, na madrugada fria
a mulher cobiçada de afoitas magias.
Tua noite de orgia...
Teu Natal armadilha.

E multiplica por mil teu desejo
que a única amante que te sobra e cabe,
e o único beijo que te presta a lingua
é a solidão choramingante
da mingua do quarto...
É o calor do corpo nu, solitário e ardente,
anseios frementes de pura aguardente...

Rola o corpo quente
desfazendo tua cama,
enquanto a mão direita brinca de que ama
passeando, lasciva, secretos caminhos...
Enrola na mão o púbis de vinho,
inequívoco apelo da tua criação...
Teu Natal ficção!

E depois dorme e sonha com heróis cavaleiros,
menino de novo
esquecido do medo
do castigo do corpo,
em total desmazelo
no desalinho do gozo...

Esqueça teu mito:
Mulher de papel.
Teu sonho acordado, o inevitado,
e espera aquietado teu Papai Noel
de lança e cavalo
caindo do céu
no chão do teu quarto!

(Elza Fraga)

quarta-feira, dezembro 13, 2006

FELICIDADE










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É preciso cultivar a vida, após plantá-la,
firmemente, em solo fértil.
Regá-la, adubá-la com carinho e respeito,
fazer de cada folha nova uma esperança,
de cada galho podado uma página virada e,
principalmente, saber que ela tem que ser vivida,
dia a dia.
Não podemos ficar lá atras em lembranças inúteis...
Não podemos nos projetar a frente do tempo,
correndo em busca de melhores horas...
É cultivar cada dia com o que trás de bom
ou de lição.
É dar sombra aos que estão ao nosso lado.
É preciso entender que somos apenas
uma pequena parte da floresta:
Um arbusto, uma erva curativa,
alguns uma árvore forte;
mas apenas parte.
O todo se faz da união dos nossos ramos com
os ramos alheios.
Que a gente consiga se integrar,
sem hesitação, ao todo;
só aí conseguiremos a plenitude
da harmonia e da paz...
E a isso se chama felicidade.
Bitoquitas de um dia meio lusco fusco.

(Texto de Elza Fraga)