terça-feira, agosto 14, 2012

ODE A MEDICINA


[Quem me conhece vai entender.
Quem não me conhece, por favor, se previna...
Como dói a medicina!]


Tantos me mostraram o caminho
ora a esquerda, ora a direita,

que de tanto desviar
tentando me encontrar,
deixando os próprios pedaços
pra marcar a volta,

me deparei imperfeita
no final da rota
com peças faltosas
que nem consigo mais achar.

Montei malfeita
a figura
neste meu quebra cabeças
de amargura

onde não consegui localizar o principal

o coração onde mora
toda a ciência

do bem
do mal.

Por isso esse olho tão vazio
querendo esquecer o que sentiu

por isso essa alma que fugiu

por isso esse corpo
feito no fio
do frio
gelado como o desafio

de quem sentiu que morreu,

visitou a morada
além do portal mágico
atravessando o rio,

se despediu
voltou

sobreviveu.

[elza fraga]

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