terça-feira, maio 22, 2012

POEMA DA SAUDADE


[Para meu amigo Nenem Francisco Fraga,
nestes quase oito meses de saudade]

Se tivesse um novo amigo
da raça canina
 teria nome de flor
fosse menina.
De filósofo
macho fosse
só pra dar leveza,
pois
não haveria de querer
pequeno,
destes de aconchego
teria que ser grande
com os olhos mansos
mas acesos.
Olhos que me seguissem
na vigília
e me vigiassem
enquanto dormisse.
Teria que ter harmonia
nos passos lentos
e na correria.

Mas a saudade do meu pequeno
que atravessou
o portal mágico
e me deixou com o coração
faltando um pedaço
não me deixa
colocar um outro amigo
pra preencher o vazio.

Seria como tentar substituir
o insubstituível.

E cada vez que cantasse
pra que o novo amigo
se aninhasse
entre meus braços,
seria sempre a mesma cantiga
antiga
que cantava
para o que ainda ocupa
minha saudade
e choraria,

Não aprendi a fingir
felicidade.

[elza fraga]

2 comentários:

Arnoldo Pimentel disse...

Um poema lindo por demais, parabéns pór tão bela homenagem, beijos.

João Basilio disse...

Lindo poema, me fez recordar uma amiguinha querida que se foi...