Havia um certo ar
de não me toques
Um certo toque de impertinência
na sua presença
ali tão ausente
parada
bem na minha frente
e eu sabia
que se estendesse a mão
atravessaria
seu coração
sua pele
como se fosse
fluido
eu poderia, eu só,
transformar
num sopro
tudo em pó
caído
mas me contive
e deixei que caminhasse
calado
morto vivo
largando seus pedaços
até o infinito
e fiquei aqui
comigo
prensando a ferida
que me sobrou
de vida.
[elza fraga]
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