Repentinamente
a dor aguda
feito uma farpada
ponta de entrada
dentro da alma
rasgou a carne
atravessou o nada
como se fora real.
E o pus que jorra
cara a fora
sulca como o sangue
quente
escorrente
incoerente
marcando a face
antes plácido disfarce.
Quem dera que alma não doesse
Quem dera que alma não vivesse
Quem dera que logo acordasse
e levantando, espectral,
gritasse,
que fora apenas mais um pesadelo.
(Elza Fraga)
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