(da série poemas pra infância)
Chuva chuvinha chuvão
chove aqui na minha mão
chove vinda do céu
água pura chove ao léu
Molha meu pé, varre o chão
da secura do sertão
molha as plantinhas miúdas
que as grandes te buscam
subindo
por um espiral Divino
pois ensinaste o caminho
na tentativa bendita
de não matar tanta vida
Chuva chuvinha chuvão
lava a alma e o coração
de toda a gente que suja
a vida de confusão
limpa as artimanhas
dos que só vivem na manha
e esquecem o irmão
dormindo nas tuas águas
nas esquinas, nas calçadas.
Chuva chuvinha chuvão
só não jogue abaixo a terra
onde ainda se equilibra
quem construiu seu teto
de madeira e papelão
pois olha aqui, dona chuva,
tem gente que tem alma boa
mas tem má situação
e nem comida na mesa
tem não
[as vezes nem tem a mesa]
não joga este povo no chão
mesmo sendo por pedido
e petição
do revoltado planeta
conversa com ele, chuva,
explica a situação
e serás abençoada
por tanta boca sincera
que pode ser esta a receita
pra gente salvar a Terra
Obrigada dona chuva
de toda a gente miúda
que se acotovela ossuda
lutando atrás do seu pão.
(elza fraga)
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