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(Esta poesia foi feita especialmente para a
minha priminha de Marília, SP,
Mariana Fraga Santarelli.)
Rolando nossas próprias ribanceiras,
Somos as pedras na esteira do caminho,
Chegando ao estado imaginário,
Sinal vermelho – final de estrada
Ninguém mais segue...
Nada mais passa!
“Cada um por si!”
Agora é a hora
De se cortar, de vez,
com esta antiga história.
Ou se dá uma guinada radical
Ou vamos, todos, ser reféns do mal.
A violência, a guerrilha,
O lixo urbano...
A saudade do idealismo, tonto,
dos vinte anos.
A sanidade, companheira do passado,
Que ficou morando lá pra trás,
E esse caos a tudo revirando!
Neste mundo moderno
e meio louco,
gente esvaziada de valores,
infladas de egoísmo,
onde mais vale a sordidez e o cinismo,
em que nem se estende a mão para um amigo
por vergonha, timidez ou comodismo ...
É neste mundo que,
infelizmente,
terei que deixar meus amores,
meus afetos,
minha gente
– filhos e netos-
Que precursores imagino
de uma sociedade diferente;
quando tiver que fazer
minha saída
pela porta estreita,
da sorte ou da desdita,
que alguns, tolos,
chamam de morte
e eu, simploriamente,
chamo de Vida!
(Elza Fraga)